quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

DEATH ROAD - a estrada mais perigosa do mundo!

Ontem tive um dos melhores dias desde que comecei a viagem. Aventuramo-nos a descer a estrada de morte, conhecida pelos recordes mundiais de fatalidades. Hoje em dia a estrada encontra-se desativada para carros e pesados mas quando estava em funcionamento matou, infelizmente, muita gente. Nao sei ao certo se alguem morreu ao descer de bicicleta mas se tivesse que apostar, pelo que vi, diria que sim. Fizemos a descida com um guia que nos levou de camioneta ao ponto inicial a 4700 metros de altitude - duas pedaldas e ficavamos logo ofegantes. O grupo era constituído por mim, os 2 suecos, 4 brasileiros, 2 argentinas e um casal que nao cheguei a saber a nacionalidade. Claro que os zucas trataram de por toda a gente em contacto, sempre extremamente comunicativos. Na subida até ao pico inicial sentia-se alguma ansiedade, falava-se de comprimidos para as alturas (que nunca tinha ouvido falar) e de como seria o percurso. Nós os tres estavamos na espectativa e cheios de sono - alvorada as 6h30 com algumas cervejinhas na noite anterior. Chegamos, equipamos e comecamos! Cedo se percebeu quem seria o pelotao da frente - a tripla claro =) inicialmente faz-se uns 20 kms em asfalto para ambientar. Um gelo de matar e com a velocidade nem se sentia a cara e, mesmo com luvas, as maos. O guia Christian era muito castico e sobretudo rapido o que para nos foi optimo. O cenário era absolutamente fantástico! Os picos dos montes a volta estavam cobertos de neve e nos ali naquele silencio a descer de gás a montanha. Mas a aventura comecou realmente quando entramos na parte de gravilha com os penhascos gritantes na borda da trilha. Com o tempo húmido, muitas vezes a chover mesmo, a descida foi uma das 7 maravilhas da minha vida com certeza! A adrenalina constante, o piso escorregadio, as pedras rolando, o som dos pneus a percorrer a trilha... que espectáculo. Sempre atrás do Christian a picá-lo eheh. Faltam-me realmente as palavras para descrever esta aventura. Como a minha irma diz, as boas experiencias sao mesmo para partilhar. Estava mesmo com necessidade de escrever este post. Desculpem aos demais mas realmente as principais pessoas em que pensei foram a minha irma Rita e cunhado André (que se iam PASSAR com isto, tenho a certeza), Godinho (amigo de muitas e muitas voltas de giga durante a adolescencia e que me deram aquela experiencia e a vontade para poder tirar o máximo partido da descida) e Sebas (por causa dos relatos da descida de Alvarenga que tantas vezes estivemos para ir, mas nunca se concretizou).
A medida que descíamos, a temperatura aumentava e ficava mais fácil de respirar. Iamos fazendo pausas para comer algo e algumas fotografias. Felizmente consegui chegar ao final sem cair mas as quedas foram várias pois o piso estava traicoeiro. Uma delas, o Jonathan, mesmo a minha frente. Esteve bem pois enrolou-se logo e soube cair bem. Felizmente nao foi perto da ravina.
Destaque 1: a parte final com partes elameadas que o rolar da roda faziam com que os meus olhos se enchessem de terra. Cascatas a cairem em cima da nossa cabeca e partes com 10 cms de água que passavamos a abrir para nao parar.
Destaque 2: as constantes cruzes e flores ao longo do caminho que nos faziam lembrar que apesar da diversao da descida, o perigo era real e estava ali ao nosso lado.
De Cumbre (4700 metros) a Coroico (1200 metros) foram 67 kms no total e mais ou menos 5 horas a descer.
No final, um banho médio quente e um Almoco ajantarado buffet que soube muito bem - toda a gente a repor energias como se nao houvesse amanha. Troca de contactos e uma tertúlia internacional de vários assuntos - tudo boa gente.

Uma experiencia única. Recomendo a todos os que venham a La Paz - NAO PERCAM!

Amanha vou para o Peru ter com o Carlos (amigo conhecido no Rio de Janeiro) e em principio conseguirei postar todas as fotos.

Saudacoes para todos na esperanca de que experiencias tao boas como esta se repitam.

Até já!

3 comentários:

  1. Feliz por te saber no Coroico!!! Prá proxima eu vou. ahahaheheheh. Bjs t minela

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  2. Espectacular!! Vi no youtube que a estrada da morte não é para brincadeiras... altamente. Compreendo bem essa adrenalina toda, rapáiz...
    É que no fundo está-se em grupo mas é cada um by himself. E entra-se assim numa espécie de monólogo interior de "vai tu consegues, a bicla não é assim tão ruim e não te vai deixar ficar mal". O que dá adrenalina é tu saberes que não está tudo só e apenas nas tuas mãos! E que na verdade há risco. Calculado, é certo, mas existe.
    Boa, eu já estou a pensar em ir para a neve outra vez ... não há nada como estar ao ar livre e sentir essa pica toda. In the mean time vamos fazendo rides de BTT aqui pela península ibérica que tem muito para oferecer (estamos a pensar fazer um dos caminhos de Santiago de Compostela 600 Km +-).
    Pois, também eu gostava de estar ao ar livre por um ano ou mais...
    Keep in touch.
    Rita

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  3. alguém me sabe explicar o que é ter sorte de cão?
    jaime????
    palalex

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