segunda-feira, 8 de março de 2010

Texto do João Maciel

Primeiro, gostaria de agradecer ao amigo Jaime a oportunidade de me deixar escrever qualquer coisa no seu blog.
Para quem não me conhece, chamo-me João Maciel, um dos seis elementos do mítico ap 201 do nº 174 da Rua Visconde Pirajá, casa onde passámos a maior parte da nossa temporada no Rio de Janeiro.
Não sei se o meu texto vai ter um tema específico, vou escrever o que me apetece, quando achar que devo parar, assim o farei.
Estou em Lisboa desde Sábado, sim, sou o Lisboeta, o “intruso” no meio da avalanche Portuense com quem passei grande parte do meu tempo no Rio. Ora bem, retomando, Lisboa, cidade onde vivi toda a minha vida, onde tenho a maior parte dos meus amigos e onde penso passar a grande parte dos anos que terei pela frente. No entanto, desde Sábado, esta Lisboa parece-me diferente, faltam pessoas. Não que tenha deixado de gostar das pessoas de quem sempre gostei, antes pelo contrário, o facto de ter estado afastado uns meses só veio fortalecer esse sentimento, mas sinto que nestes primeiros dias estou a viver um filme onde faltam algumas personagens. Refiro-me a todos aqueles que partilharam comigo os últimos meses, talvez os melhores da minha vida, e que agora se encontram a alguns km de distância, uns no Porto e outros no nosso “ponto de encontro”, Rio de Janeiro
Não vale a pena dizer muitos nomes, todos foram importantes, mas como é claro, de todas as personagens em falta, não posso deixar de citar os meus amigos/“irmãos”: Jaime Silva, Nuno Barata, Pedro Ferrão, Pedro Freitas e Daniel Macedo, sem eles nada teria sido tão único como foi. De simples desconhecidos passaram a fazer parte da minha vida, parece que sempre os conheci e espero que isto se mantenha para sempre. É estranho acordar de manhã e não ter um ou dois deles ao meu lado, o ventilador ligado no tecto, o barulho dos autocarros na rua e aquela conversa matinal sobre qualquer coisa. Mais estranho ainda é a quantidade de vezes que tenho um sofá só para mim, poder deitar-me nele, em vez de me sentar ao lado de alguns troncos pegajosos acabados de chegar da praia. Poder acordar de manhã e beber água da torneira, andar descalço sem me preocupar com a camada de sujidade que os meus pés ganharão, tomar banho com a “pistola” do chuveiro na mão, ter máquina de lavar loiça, ter tosteira/tostadeira/tosta-misteira, frigorífico recheado, iogurtes e toda uma variedade de coisas que não tínhamos, mas que percebi não serem necessárias para que se viva bem e com muita felicidade. Saudades de não saber quem vai entrar pela porta, o Barata com mais uma aventura na Van de Nitéroi, o Dani com a sua bata de DR. Nimed, Ferrão com a sua mala à tiracolo e o seu andar de gingão, Jaime de mochila às costas completamente estafado de mais um duro dia de aulas e… Pedro Freitas, não foram muitas as vezes que o vi entrar pela porta, mas tinha a sua imagem de marca, o seu amiguinho branco, Magalhães de seu nome, saudades dele também.
Estar de volta a uma mesa de jantar com lugares fixos e não ter o Barata na cabeceira do lado esquerdo, o Jaime à frente e os restantes do meu lado direito. Não há um mapa de tarefas na parede cor-de-rosa da sala, aliás, agora a sala tem paredes brancas, quadros em vez de posters e a televisão tem comando e canais a mais para ver.
A casa de banho é branca, branca sem manchas pretas, há gel de banho e shampoo à descrição, sabonete só para lavar as mãos.
De cinco irmãos passei a um, o verdadeiro, o gémeo verdadeiro ao qual sou confundido dia sim, dia não. Não que seja mau, é a minha vida, mas diferente da que vivi do outro lado do Oceano.
São muitas as diferenças que estou a sentir, ainda não consegui assimilar todas elas, mas a maior é sem dúvida a vossa ausência.
Por fim gostava de deixar uma palavra especial ao Jaime, o blog acompanhou-nos ao longo do semestre, tens mais uns meses pela frente, por favor não o deixes morrer. Vai ser muito útil para que consigamos acompanhar a tua vida, mais “tranquila” (abraço ao Mana) mas, com certeza, continuará a ter muitas histórias para contar.
Amigos, vou ter muitas saudades da Cidade Maravilhosa, mas duma coisa já me apercebi, não é da cidade que tenho saudades, mas das pessoas maravilhosas que nela conheci.

Um grande abraço a todos!

Maci

P.S.: Arranjem um tempinho na vossa agenda e escrevam qualquer coisa também!

2 comentários:

  1. os meus meninos....

    a km de distância nunca vos esqueço!

    Beijo da vossa Ritinha

    ResponderEliminar
  2. Grande homem, grande texto.
    Forte Abraço Maci!

    Ritinha amiga beijinhos em breve estou de volta =)

    ResponderEliminar