Quarta 23 de Junho, 18h
"A uma semana de entregar a tese uma estranha onda de calma e paz invade-me e segura-me. Consciência tranquila ou desleixo inconsciente? Talvez nenhum dos dois. Talvez apenas uma sensação de tudo ser relativo e um balancear de importâncias, também elas relativas. O excesso de confiança assusta-me mas é como me sinto. Sereno, mas com a alma cheia e sem preocupações, tranquilo. Ritmado como o andamento do ônibus num final de tarde sem trânsito e ameno. Gostava de perdurar este estado activamente atento e racional. Sinto-me capaz de tudo hoje."
Quinta 24 de Junho, 10h
"Hoje está sol! O clima influencia de uma forma determinante o meu dia-a-dia, a nossa disposição. Melancolia bucólica em dias chuvosos, energia e alegria em dias de céu limpo. Coltrane e Sinatra são automáticos quando está cinzento, músicos brasileiros surgem quando tudo é azul! E assim se vive... sujeito às condições que alguém determina. Uns acreditam serem imposições divinas. Eu talvez acredite que é apenas a natureza - para mim também divina. O Deus de uns está presente em igrejas, o meu, se existir está na Natureza e à imagem de um humano toma as suas dores, tem os seus dias bons e maus. O pensamento é mais rápido que a caneta mas mais lento que o ônibus e custa-me escrever mas a cabeça não pára e engole-me com ideias. O que eu acredito é que apesar da chuva e do sol influenciarem bastante a última palavra é nossa. Esse é o Deus que todas as igrejas deviam ensinar a um miúdo de 5 anos. O Deus que vive em nós, o Deus da mente. Poder inigualável. Afinal o que seria do bom sem o mau? Do sol sem a chuva? Quase sempre sentimos por oposição. Felizes porque já experimentamos tristeza, sorridentes porque já choramos. Vivemos em constantes comparações. E portanto não julguemos saber o que é bom e mau porque às o mau é bom e vice-versa. Mas do que falo... hoje está sol!"
Boas maneiras
Há 12 anos
Pois se aí está sol aqui está uma neblina que não se vê puto...
ResponderEliminarUm bom protótipo daqueles dias de ida à praia com o Centro rumo ao Cabo do mundo em que para além de se sentir a trepidação do paralelo outrora existente na actual anémona de Matosinhos, só se ouve incessantemente os faróis do Porto de Leixões!
Porto no seu melhor em pleno Junho...
Beijinhos,
Rita