Primeiro, gostaria de agradecer ao amigo Jaime a oportunidade de me deixar escrever qualquer coisa no seu blog.
Para quem não me conhece, chamo-me João Maciel, um dos seis elementos do mítico ap 201 do nº 174 da Rua Visconde Pirajá, casa onde passámos a maior parte da nossa temporada no Rio de Janeiro.
Não sei se o meu texto vai ter um tema específico, vou escrever o que me apetece, quando achar que devo parar, assim o farei.
Estou em Lisboa desde Sábado, sim, sou o Lisboeta, o “intruso” no meio da avalanche Portuense com quem passei grande parte do meu tempo no Rio. Ora bem, retomando, Lisboa, cidade onde vivi toda a minha vida, onde tenho a maior parte dos meus amigos e onde penso passar a grande parte dos anos que terei pela frente. No entanto, desde Sábado, esta Lisboa parece-me diferente, faltam pessoas. Não que tenha deixado de gostar das pessoas de quem sempre gostei, antes pelo contrário, o facto de ter estado afastado uns meses só veio fortalecer esse sentimento, mas sinto que nestes primeiros dias estou a viver um filme onde faltam algumas personagens. Refiro-me a todos aqueles que partilharam comigo os últimos meses, talvez os melhores da minha vida, e que agora se encontram a alguns km de distância, uns no Porto e outros no nosso “ponto de encontro”, Rio de Janeiro
Não vale a pena dizer muitos nomes, todos foram importantes, mas como é claro, de todas as personagens em falta, não posso deixar de citar os meus amigos/“irmãos”: Jaime Silva, Nuno Barata, Pedro Ferrão, Pedro Freitas e Daniel Macedo, sem eles nada teria sido tão único como foi. De simples desconhecidos passaram a fazer parte da minha vida, parece que sempre os conheci e espero que isto se mantenha para sempre. É estranho acordar de manhã e não ter um ou dois deles ao meu lado, o ventilador ligado no tecto, o barulho dos autocarros na rua e aquela conversa matinal sobre qualquer coisa. Mais estranho ainda é a quantidade de vezes que tenho um sofá só para mim, poder deitar-me nele, em vez de me sentar ao lado de alguns troncos pegajosos acabados de chegar da praia. Poder acordar de manhã e beber água da torneira, andar descalço sem me preocupar com a camada de sujidade que os meus pés ganharão, tomar banho com a “pistola” do chuveiro na mão, ter máquina de lavar loiça, ter tosteira/tostadeira/tosta-misteira, frigorífico recheado, iogurtes e toda uma variedade de coisas que não tínhamos, mas que percebi não serem necessárias para que se viva bem e com muita felicidade. Saudades de não saber quem vai entrar pela porta, o Barata com mais uma aventura na Van de Nitéroi, o Dani com a sua bata de DR. Nimed, Ferrão com a sua mala à tiracolo e o seu andar de gingão, Jaime de mochila às costas completamente estafado de mais um duro dia de aulas e… Pedro Freitas, não foram muitas as vezes que o vi entrar pela porta, mas tinha a sua imagem de marca, o seu amiguinho branco, Magalhães de seu nome, saudades dele também.
Estar de volta a uma mesa de jantar com lugares fixos e não ter o Barata na cabeceira do lado esquerdo, o Jaime à frente e os restantes do meu lado direito. Não há um mapa de tarefas na parede cor-de-rosa da sala, aliás, agora a sala tem paredes brancas, quadros em vez de posters e a televisão tem comando e canais a mais para ver.
A casa de banho é branca, branca sem manchas pretas, há gel de banho e shampoo à descrição, sabonete só para lavar as mãos.
De cinco irmãos passei a um, o verdadeiro, o gémeo verdadeiro ao qual sou confundido dia sim, dia não. Não que seja mau, é a minha vida, mas diferente da que vivi do outro lado do Oceano.
São muitas as diferenças que estou a sentir, ainda não consegui assimilar todas elas, mas a maior é sem dúvida a vossa ausência.
Por fim gostava de deixar uma palavra especial ao Jaime, o blog acompanhou-nos ao longo do semestre, tens mais uns meses pela frente, por favor não o deixes morrer. Vai ser muito útil para que consigamos acompanhar a tua vida, mais “tranquila” (abraço ao Mana) mas, com certeza, continuará a ter muitas histórias para contar.
Amigos, vou ter muitas saudades da Cidade Maravilhosa, mas duma coisa já me apercebi, não é da cidade que tenho saudades, mas das pessoas maravilhosas que nela conheci.
Um grande abraço a todos!
Maci
P.S.: Arranjem um tempinho na vossa agenda e escrevam qualquer coisa também!
Boas maneiras
Há 12 anos
os meus meninos....
ResponderEliminara km de distância nunca vos esqueço!
Beijo da vossa Ritinha
Grande homem, grande texto.
ResponderEliminarForte Abraço Maci!
Ritinha amiga beijinhos em breve estou de volta =)