Muita solicitação, animação todos os dias e noites nesta cidade... Ultimamente tem chovido, os dias ficam mais tristes mas as noites nem por isso. A cidade não pára. Lapa, Copacabana, Ipanema, bares, discotecas, noites caseiras em casa de outros intercâmbios, em nossa casa, enfim. Há sempre programa... difícil mesmo é estudar cá. Apesar de tudo a minha faculdade está a revelar-se complicada, muitos trabalhinhos e provas começam a bater à porta. O ensino é complicado cá... dá a impressão que a já elite que conseguiu entrar na faculdade estreita ainda mais quando chega a hora de acabar o curso. Eu que estou no último ano sinto essa indepêndencia na pele. "Quer fazer a matéria, tem que correr atrás..." dizem-me alguns colegas de turma. Enfim...
A racionalidade e a consciência por vezes vacilam. Chegam mesmo a escorregar e a cair, mas logo a seguir uma força vinda de algum lado desconhecido (talvez conhecido, tenho suspeitas, (obrigado)) faz com que se levantem... Não é fácil viver com tanta solicitação activa e tanto estudo passivo...
A maravilha de conhecer pessoas a toda hora está bem presente. Conhecer, aprender, gostar das pessoas e da sua abertura, surpreender-me, ou o contrário. Conhecer, desprezar, ignorar e de repente perceber que afinal havia algo a perceber e aprender. No final, o saldo humano é quase sempre positivo.
Agradável, positivo e único. Como eu digo muita solicitação. E o bom tempo ainda não chegou... a praia quotidiana ainda não chegou. O sol chegará em força e fará justiça. Esse justiceiro implacável vai chegar mais tarde ou mais cedo e não vai dar tréguas no momento das tardes de estudo que prevejo para o final de Novembro. Até lá, tento equilibrar os orçamentos. Orçamentos conscienciosos, orçamentos lúdicos, orçamentos financeiros. Sigo a vida, tento amenizar os sentimentos de saudade que me invadem nos momentos mais difíceis e a caminhada não pára. E cada vez mais sinto o tempo passar-me por baixo dos pés... esta nuvem temporária que desvanece com o passar dos meses vai acabar e bem cedo cairei no Porto de novo. Para continuar a escrever o diário da minha vida e esperar que passe outra neblina e embarcar em novos ventos que me levem mais longe.
Com a certeza de que o meu canto à beira-mar plantado estará lá para me receber. Como o meu irmão me disse num e-mail, essa é a maravilha de estar longe, experimentar novos modos de vida sabendo que quando voltarmos o nosso "cantinho" continua lá com as mesmas rotinas, com as mesmas pessoas e os mesmos lugares. Mais velhos, é certo, mas por lá continuam. Assim é, mas sem nunca menosprezar o tempo. O tempo passa mais rápido do que parece... Não tenho idade para dizer isto com propriedade, mas a verdade é que começo a senti-lo na pele e não consigo evitar escrever.
Desculpem o desabafo. Apeteceu-me